segunda-feira, 19 de março de 2012

sempre será o último

Tenho acordado suave desde a primeira vez. Parece que sempre tenho uma brisa tocando meu rosto, trazendo tranquilidade. E nem o calor - que detesto - derretendo meus sentidos, me faz deixar de notar essa brisa. Ela me traz a paz que nunca tive. Eu ouço músicas tocarem só pra mim e não, eu não estou usando fones de ouvido. É como se a cada passo, você segurasse mais forte a minha mão e tornasse meu olhar mais amplo, aumentando minha visão. E minha vontade de viver. Você me fez deixar pra trás o meu vício em sofrer e o meu medo da vida. Desistir pra quê? Meus cabelos com cheiro de shampoo infantil tocam meu rosto enquanto a brisa com gosto de laranja passeia por entre os fios... eu sinto meus dedos tocarem o céu e pego pra mim uma parte da nuvem. Ela tem sabor de algodão doce. Doce. Como é doce estar ao seu lado, como é doce meus lábios nos seus, minha mão passeando pelo seu corpo, minha vida passeando na sua. Sinta. Sinta comigo isso tudo. Entrelace as suas mãos como a gente costuma fazer enquanto dorme. Sinta meu coração bater. Ele é seu. Como a saudade de você é mais bonita. Como a vida do seu lado é colorida. Eu já não sei até quando, até quando a minha imaginação aguenta? Encha meu copo, por favor. Eu quero ir além... Eu quero andar de mãos dadas com você em um lugar cheio de vida. É, vida! A vida que você me faz querer viver. Eu quero olhar pros lados e não ver fronteira, nem perigo. Eu quero poder ir a qualquer lugar só fechando os olhos. Fechando os olhos como quando nossos beijos são longos. Como é urgente nosso amor. Como você é... especial. E todos os adjetivos do mundo não te descrevem. E eu sinto saudade. Vontade. Desejo. Porque só você é assim. Só você completa. Só você é igual... aos meus sonhos.


E eu amo. Amo mesmo.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Cansaço, fracasso

Era dessas que passavam sem ser notadas. Pela vida, pela rua. Levava um sorriso calmo e um olhar leve que deixava a mostra a sua alma. Seu tempo era diferente dos demais. Um tempo em que valia a pena se doar. Por prazer ou por tolice, ela não sabia, mas procurava um amor que nunca encontrou e talvez por isso chorasse. Lágrimas teimavam em cair, sim. Mas era destemida, continuava a entregar-se a suas grandes paixões que duravam um ou dois dias. Quando olhava-se no espelho não deixava de ver um pedaço de nada. Um nada que se levava pela emoção que sentia quando fugia da razão. Razão que lhe mostrava um caminho onde descansaria lépida, leve. Longe da truculência do amar sem amor.
E continuaria assim, até que encontrasse alguém corajoso o suficiente, forte o suficiente para tirá-la da redoma de cristal e a levasse de olhos fechados mesmo... sem medo, sem dor.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O final que não quer ter fim

O rosto queima enquanto nós - eu e a as lágrimas - tentamos desafiar a gravidade, é que elas não querem morrer no tecido da camisola, e eu, eu não quero que caiam, não quero admitir minhas fraquezas. A gente sabe quando uma coisa nasceu fadada ao fracasso, mas dói bem mais quando a gente não quer acreditar nisso. A dor rasga, consome e mata, devagar como nas velhas torturas. A mente continua fixa na mesma história, criando imagens, cenas. E a dor aumenta. A gente continua se falando pra tentar se acertar, mas logo, outra mentira se torna verdade. E a dor aumenta. Eu te amo, mas meu bom senso e minha razão juntas, não querem me deixar lembrar. E a dor aumenta. Mas a razão me conta que é só uma dorzinha boba que passa. Mas é uma dorzinha boba que incomoda, sempre no mesmo lugar, cada vez que eu penso, que abro os olhos e enxergo a realidade. Mas, mesmo com a razão e, claro, meu amor próprio me dando ordem expressas, logo o coração volta a bater e se apaixona de novo.


Adeus você...

sábado, 24 de abril de 2010

Desde quando?

Eu não sei mais o que esperar, se sempre que perco o chão penso que envelhecer instantaneamente solucionaria. Tenho ficado cada dia mais só, em mim, procurando o que não existe, desejando que a dor seja breve. Mas ela nunca é. Acumulando cicatrizes, dores no estômago, tapas na cara... junto disso, a falta de sentimento e um coração petrificado. Nada dói tanto que perder a vontade de sentir, saber que a minha intensidade me deixou pra trás quando decidiu ir embora. E quando for a sua vez de ir, o amor também irá. Só ficaremos eu, minha dor, e a minha velha vontade de ser velha.
O mundo é um moinho.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Aquela velha história

Foi o olhar, muito antes que palavras ou toques. A profundidade do olhar que cala a voz e pára o tempo. Como se o chão os abandonasse e os astros tivessem combinado o ato de um ir e o outro vir. O sorriso escondendo o medo de pertencer, fugindo de um encontro que já havia sido planejado. O toque, a pele, o calor os fez esquecer tempo e espaço, a vontade de não se soltar, como se aquele momento não tivesse sido o único até então. Eles se queriam, e se amavam. Como se já se conhecessem. Bastou um toque pra se darem conta. E palavras pra entenderem que nunca existiriam as últimas. A construção de uma história, um romance sem final. Mas feliz.
[ como você me dói de vez em quando ]