quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Cansaço, fracasso

Era dessas que passavam sem ser notadas. Pela vida, pela rua. Levava um sorriso calmo e um olhar leve que deixava a mostra a sua alma. Seu tempo era diferente dos demais. Um tempo em que valia a pena se doar. Por prazer ou por tolice, ela não sabia, mas procurava um amor que nunca encontrou e talvez por isso chorasse. Lágrimas teimavam em cair, sim. Mas era destemida, continuava a entregar-se a suas grandes paixões que duravam um ou dois dias. Quando olhava-se no espelho não deixava de ver um pedaço de nada. Um nada que se levava pela emoção que sentia quando fugia da razão. Razão que lhe mostrava um caminho onde descansaria lépida, leve. Longe da truculência do amar sem amor.
E continuaria assim, até que encontrasse alguém corajoso o suficiente, forte o suficiente para tirá-la da redoma de cristal e a levasse de olhos fechados mesmo... sem medo, sem dor.

Um comentário: